As
expressões 'ação afirmativa', 'representação paritária', 'tratamento
preferencial' e 'cotas raciais' não possuem grande apelo entre a
população. Sabendo disso, a elite
intelectual, a mídia, o governo e todos os demais entusiastas criaram o termo
'diversidade', uma palavra aparentemente benigna que funciona muito bem para
encobrir políticas racialmente discriminatórias. Via de regra, tais políticas exigem que as
universidades, as empresas privadas e as burocracias do governo formem seus
quadros de acordo com a proporção de cores e etnias existentes no país.
Por
exemplo, se os negros formam 20% da população, então eles devem formar 20% dos
estudantes universitários, 20% dos professores, 20% dos gerentes de empresas e
20% dos funcionários públicos. Por trás
dessa visão de justiça está a ignara noção de que, não fosse a discriminação,
todas as cores e etnias estariam igualmente distribuídas em termos de renda,
educação, ocupação e outros critérios.
Não
há absolutamente nenhuma evidência, em nenhum lugar do mundo, de que a
proporcionalidade estatística seja a norma.
Ainda assim, grande parte de nossas leis, de nossas políticas públicas e
do nosso modo de pensar partem do princípio de que a proporcionalidade é a
norma. Vejamos agora algumas diferenças
raciais e vamos pensar sobre suas causas e possíveis curas.
Nos
EUA, ao passo que 13% da população é formada por negros, estes representam 80%
dos jogadores profissionais de basquete e 65% dos jogadores profissionais de
futebol americano, sendo que, em ambos os esportes, os negros são os jogadores
mais bem pagos. Em contraste, os negros
representam apenas 2% dos jogadores profissionais da liga americana de hóquei
sobre o gelo. Logo, não há diversidade
racial no basquete, no futebol americano e nem no hóquei. Tais esportes em momento algum atendem aos
critérios de 'igualdade racial'.
Mesmo
no que diz respeito a conquistas esportivas, a diversidade racial está
ausente. No baseball, quatro dos cinco
recordistas de home-runs são negros. Desde que os negros entraram nas principais
ligas de baseball, das 8 vezes em que houve mais de 100 bases roubadas em uma
temporada, todas foram feitas por negros. Por outro lado, o Departamento de Justiça
americano recentemente ordenou que o departamento de polícia de cidade de
Dayton, no estado de Ohio, diminuísse a nota mínima de aprovação nas provas
escritas para que assim mais negros pudessem entrar na força policial.
O
que o Procurador Geral da Justiça dos EUA, senhor Eric Holder, deveria fazer a
respeito da falta de diversidade racial nos esportes? Por que as elites intelectuais não
protestam? Será que é porque os
proprietários desses multibilionários times profissionais de basquete, futebol
e baseball são pró-negros ao passo que os proprietários dos times da liga de
hóquei e os donos das grandes empresas são racistas relutantes em colocar
negros em altas posições e com altos salários?
Dentre
as questões de diversidade étnica, há uma que foi completamente varrida para
debaixo do tapete: os judeus americanos representam menos de 3% da população do
país e somente 0,2% da população mundial.
Todavia, entre 1901 e 2010, esses judeus ganharam 35% de todos os
prêmios Nobel que foram concedidos a americanos, o que significa que eles
ganharam 22% do todos os prêmios Nobel já distribuídos.
Se,
para a turma que advoga a diversidade, a sub-representação é uma "prova" de que
há discriminação racial, o que eles sugerem fazer para os casos de
sobre-representação? Afinal, se uma raça
está sobre-representada, então isso pode significar que um grupo de pessoas está
se apossando daquilo que, "por direito", pertence a outra raça.
Há
outras questões de representação para as quais talvez seja necessário alguém
começar a dar mais atenção, para poder criar políticas públicas
corretivas. Por exemplo, os asiáticos
repetidamente obtêm as maiores pontuações na seção de matemática do SAT, ao passo que os negros obtêm
as menores. Os homens são 50% da
população, assim como as mulheres; entretanto, os homens são atingidos por
raios em uma frequência seis vezes maior do que as mulheres. As estatísticas populacionais para os estados
americanos de Dakota do Sul, Iowa, Maine, Montana e Vermont mostram que a
população negra desses estados não chega nem a 1%. Por outro lado, em estados como Geórgia,
Alabama e Mississippi, os negros estão sobre-representados em relação à sua
porcentagem na população geral dos EUA.
Há
outros exemplos globais de desproporcionalidade. Por exemplo, durante a década de 1960, a
minoria chinesa da Malásia recebeu mais diplomas universitários do que a
maioria malaia. Somente na engenharia,
foram 400 diplomas para chineses e apenas quatro para malaios, não obstante o
fato de que os malaios dominavam o país politicamente. No Brasil, no estado de São Paulo, mais de
dois terços das batatas e 90% dos tomates produzidos foram cultivados por
pessoas de ascendência japonesa.
O
moral da história é que não há, em nenhum lugar do mundo, evidências de que,
não fosse a discriminação, as pessoas estariam divididas ao longo de todas as
atividades produtoras de acordo com suas porcentagens na população. Diversidade é um termo elitista utilizado
para dar respeitabilidade a atos e políticas que, em outros contextos, seriam
consideradas racistas.
_____________________________________
Veja também:
O estado e o racismo