Este diagrama ilustra a
lógica sobre como a internet surgiu. Paul Baran entendia que na
eventualidade de um ataque nuclear, os nós centrais das redes de telefonia e
militar americanas seriam destruídos pelo inimigo, derrubando integralmente a
comunicação. Era preciso aumentar a robustez da rede.
Desta forma, apenas
descentralizá-la não seria a solução ótima. Baran analisou as opções ilustradas nos diagramas abaixo. A rede distribuída se
mostrava mais robusta em um ataque ou em falhas pontuais. Surpreendentemente,
pouco tempo após a implementação, surgiram benefícios não previstos da rede
distribuída; poucas décadas após, vemos a inconcebível emergência espontânea de
uma vida autônoma (a internet atual) superposta à infraestrutura bem projetada.

A analogia com sistemas
políticos é bastante pertinente. Cada nó é um centro de poder, tal como o
Congresso Nacional, uma Assembleia Legislativa, ou mesmo autarquias federais ou
regionais.
A centralização de poder
(diagrama A, caso do Brasil) concentra decisões em um ponto central relevante,
como Brasília. Erros e falhas se propagam por toda a rede e a comprometem.
A descentralização de poder
(diagrama B, caso dos Estados Unidos) melhora a robustez, mas ainda apresenta
os mesmos problemas nos níveis regionais.
A distribuição equitativa de
poder (caso C, libertarianismo) apresenta o melhor resultado, protegendo o
tecido social e permitindo a máxima interação mútua.
Libertários se concentram na
infraestrutura de poder, prevendo que um melhor desenho gerará benefícios
impossíveis de prever.
Os diagramas A e B são
ultrapassados. Sua época já passou e suas falhas foram explicitadas. Chegou a
hora de a tecnologia emprestar seu legado à ciência política.